terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Devaneios II


Dentro de mim existem vários seres,
Sou geminiana, o signo da duplicidade.
Indecisão é o meu nome.
Amo as pessoas, e também as odeio.
Como são difíceis de lidar,
Não dá pra saber o que esperar.

Eu me amo, e também me odeio.
Quando o silêncio reina em mim,
Não sei o que realmente pensar.

Até as estações do ano agora me confundem,
No verão faz frio, e no inverno faz calor!
Aonde deveria chover tem seca,
E o alimento que seria para comer, não reinou!

Tem gente que morre antes mesmo de morrer,
E tem gente que renasce depois de falecer.
Tem gente que amamos sem motivo,
E quem deveríamos amar, não faz sentido!

Tem dia que quero ficar sozinha.
E tem dia que no meio da multidão, enxergo a solidão!

Tem música que diz tudo, e outras nada!
Tem amizade de uma vida, e as de uma noite!
Prefiro fazer as coisas sozinha,
Prefiro a noite, ao dia.
Posso ser esquisita, mas sei que comigo,
A vida é sempre fantasia!

28/01/2012 01:17



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Devaneios I



Como o tédio e a monotonia me irritam;
Como meus pensamentos me afligem;
Como o presente me assusta;
Como o passado me acalenta;
E como o futuro me gera incertezas!
Como as pessoas são fúteis, mesquinhas;
E como a vida é curta, e longa demais.
Como tudo parece ser complicado;
Como ser adulto é difícil,
E cometer adultério é tão fácil!
E o quanto nos dizem os símbolos,
Silenciosos, sempre falam!

Eu como todo dia a mesma coisa,
E como as palavras me sustentam,
São elas que me alimentam!

Como funciona isso tudo aqui?
E por que está tudo assim?
Como tudo vai acabar?
E quem dirá mais uma vez o sim?

A Nova Era está para chegar,
E quem viver, verá!
Que o Deus de hoje, amanhã não existirá,
E os livros de história, outra vez irão mudar!

Quem sabe um dia,
O mar irá acalmar,
A mente expandir, e o ser humano renovar.
E como tudo será? Somente a lua verá!

28/01/12 – 01:00

sábado, 14 de janeiro de 2012

Chuva e vinho tinto.





Tem hora que acordo, e tudo que quero é continuar a dormir novamente, pra quem sabe, esquecer do mundo que vivo, só por algumas horas, pra poder sonhar com coisas que poderiam ser verdade, daqueles que a gente acorda e diz que parecia ser tão real, ou talvez aqueles sonhos estranhos, esquisitos, mas que se for pensar faz sentido. Tudo isso para eu me desligar desse mundo por um tempo.
Sim, tem hora que parece que estou no lugar errado, na hora errada, porque me identifico tanto com as coisas que aconteceram antes de eu nascer, porém sei que a atualidade tem suas qualidades.
Isso porque o mundo parece estar ao contrário, porque as estações parecem estar fora de ordem, porque as coisas não estão no lugar que deveriam estar, ou estão mas eu não sou digna de enxergar isso. Porque o tempo pra mim é diferente pra outra pessoa, porque tenho pressa para que as coisas aconteçam, porque tenho medo de envelhecer e não fazer tudo que tenho vontade.
Talvez seja esse o motivo de as pessoas suicidarem, não ter mais motivos para continuar aqui, não concordar com tudo que são obrigadas a ver todos os dias, querer estar off como eu fico quando durmo, porém para sempre nesta vida. Por isso as pessoas bebem álcool, a intenção estar num estado de emoção que normalmente não estariam, para fazer coisas que não fariam, para estar em uma dimensão fora daquela que ele está todo dia, um dia atrás do outro, tudo como sempre deve ser.
Isso porque a monotonia pode matar uma pessoa, assim como a droga, a bebida, e a nicotina. Mata com vontade, ela mata o instinto de sobrevivência da pessoa, já deixei de ser eu mesma neste mesmo caso, já aceitei ser quem eu não sou, fechei os olhos para a realidade, eu me acomodei com a vida. Agora quase me vejo na mesma situação, e eu não quero que isso aconteça, não quero ser como os outros, pensar e acreditar em tudo como os outros, freqüentar os mesmos lugares, ouvir as mesmas músicas da rádio e vestir o que tem na vitrine de toda loja. Não quero pensar como todo mundo pensa, e não quero viver a vida como todo mundo faz, uma forma mecanizada de seguir a vida, fazendo as mesmas coisas dia após dia.
Porque é simples a gente fazer de nossa vida nossa marca registrada, sem precisar copiar ou seguir ninguém, escrever nas páginas em branco da vida uma história que nunca foi contada, a minha vida. Escrever nestas folhas sem me preocupar se o leitor vai gostar, se a crítica vai falar, vai divulgar, escrever para mim mesma, apenas viver para mim mesma, e se alguém quiser fazer parte desta história, que seja bem vindo se for para fazer dela mais bonita, feliz, engraçada, e que venha também se for para fazer uma ventania que vai me fazer aprender algo mais, pois vai ser bom pra mim.
O porque da vida, o porque de tudo, só vou encontrar quando eu me encontrar, quando eu entender o porque de tudo ser assim, e porque eu sou assim. A resposta é simplesmente parte de mim, vive comigo, e será uma busca constante a cada dia, as perguntas nunca vão acabar, porque se acabarem, a vida também não faz mais sentido.
Eu peço, e rezo sempre para a divindade que tem dentro de mim, que me faça ser forte, que eu esteja sempre atenta as oportunidades que aparecem na minha vida, que eu não me iluda com as peças que a vida nos prega, que sempre, as coisas aconteçam para o meu melhor, para meu crescimento e evolução pessoal nesta vida. Que as coisas aconteçam no seu tempo e que eu saiba identificá-las, para não deixar ela ir embora sem perceber!
Muita coisa aconteceu na minha vida até hoje, pouco tempo de vida mas uma boa carga de histórias e emoções. A gente que é novo acha que o mundo vai acabar amanhã e por isso morre de medo, acha que tem que fazer tudo hoje, agora. E eu quero aprender a dar tempo ao tempo, a não esperar tudo do mundo de uma vez só, tenho que entender que o meu tempo e o tempo dele são diferentes, e que dias, horas e minutos só existem no nosso relógio, o mundo segue outra freqüência, e é ele que rege o tempo das coisas na vida!
É somente isso que peço, nada a mais para uma pessoa que pode ter tudo, basta saber esperar!!

Isto é apenas um desabafo meu, regado por algumas taças de vinho, sobre minhas páginas que já estão escritas e as que ainda vou escrever.
14/01/2012 – 00:32

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Palavras de uma mulher II



Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
 
Palavras de Clarice Lispector

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Palavras de uma mulher!




Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

 Um texto de Clarice Lispector.